Poema recitado por Zoraide para Jade no dia de seu casamento com Said.
Quando o amor o chamar Se guie Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados E quando ele vos envolver com suas asas Cedei-lhe Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos E quando ele vos falar Acreditai nele Embora a sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim Pois da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica E da mesma forma que contribui para o vosso crescimento Trabalha para vossa poda E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol Assim também desce até vossas raízes e a sacode no seu apego à terra Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração Ele vos debulha para expor a vossa nudez Ele vos peneira para libertar-vos das palhas Ele vos mói até extrema brancura Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis Então ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino Todas essas coisas o amor operará em vos para que conheçais os segredos de vossos corações E com esse conhecimento vos convertais no pão místico do banquete divino Todavia se no vosso temor procurardes somente a paz do amor, o gozo do amor Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez, abandonásseis a ira do amor Para entrar num mundo sem estações onde rireis, mas não todos os vossos risos E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas O amor nada dá, se não de si próprio E nada recebe, se não de si próprio O amor não possui nem se deixa possuir Pois o amor basta-se a si mesmo Quando um de vós ama, que não diga 'Deus está no meu coração' Mas que diga antes 'Eu estou no coração de Deus' E não imagineis que possais dirigir o curso do amor pois o amor se vos achar dignos determinará ele próprio vosso curso O amor não tem outro desejo se não o de atingir a sua plenitude Se contudo amardes e precisardes ter desejos Sejam estes os vossos desejos De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor E de sangrardes de boa vontade e com alegria De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor De voltardes pra casa à noite com gratidão E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado E nos lábios uma canção de bem-aventurança |
fonte: http://www.jaymemonjardim.com.br/clone/poesia/pop_amor.htm
Veja a cena:
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