segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

No elevador do filho de Deus

Esse poema da fantastica Elisa Lucinda
caiu bem hoje:
"A gente tem que morrer
tantas vezes durante a vida,
que eu já to ficando
craque em ressurreição.
Bobeou eu to morrendo.
Há dores que sinceramente
eu não resolvo...
sinceramente sucumbo!
.............................
Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.”
Elisa Lucinda

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